da Juventude Comunista
A prática política que influencia<br>gerações e gerações de jovens
Assinalam-se este ano os 40 anos da fundação da União da Juventude Comunista (UJC). Serve o assinalar da efeméride para reforçar e sublinhar o apelo à confiança, à organização e à luta das novas gerações, aspecto que desde sempre é uma marca da nossa história.
Uma permanente ligação à juventude, ao movimento juvenil, aos seus anseios e problemas e à sua mobilização, que se mostrou decisiva em diferentes momentos em torno de grandes acções de luta protagonizadas pela juventude e, acima de tudo, pelo papel assumido por diferentes gerações de jovens comunistas que agarraram nas próprias mãos os destinos do nosso Partido. Naturalmente sem grande experiência de trabalho e de organização, num tempo em que o fascismo dizimava organizações inteiras, os jovens comunistas, alicerçados no nosso ideal e firmeza ideológica, assumiam o papel de construtores do Partido e da luta dos trabalhadores.
Três aspectos caracterizam, de forma geral, a história do Partido no que diz respeito às novas gerações: profunda ligação à juventude, aos seus problemas e aspirações; permanente estímulo, ânimo, organização e mobilização para as suas lutas; e enorme confiança na capacidade, criatividade e força da juventude. Característica, linhas de trabalho e prática política que influenciaram gerações e gerações de jovens.
A par da contribuição ao movimento juvenil, o Partido simultaneamente buscou e integrou na sua reflexão e iniciativa os ensinamentos, as novas realidades e fenómenos da juventude, toda a ousadia e a alegria de viver e de lutar que caracterizam o movimento juvenil. Em cada momento foram encontradas, no seio das diferentes gerações, as respostas colectivas mais adequadas para o desenvolvimento do seu trabalho. Em diferentes e difíceis situações, as organizações de juventude, assumindo diferentes expressões, formas e objectivos, foram os veículos principais e privilegiados de ligação do Partido à juventude.
Assim foi com a Federação das Juventudes Comunistas, constituída em 1921; assim foi com o papel decisivo dos jovens comunistas no Movimento de Unidade Democrática Juvenil, no Movimento da Juventude Trabalhadora (MJT) e em tantas outras estruturas unitárias; assim foi com a União de Estudantes Comunistas (UEC) e a UJC. Uma história viva de dinamização da luta juvenil que, tendo por base as grandes linhas de acção e objectivos do Partido, mantinha uma capacidade de reflexão e intervenção próprias e com o envolvimento de largos milhares de jovens. Papel que há 35 anos está atribuído à JCP, organização autónoma dos jovens comunistas, organização cujo reforço está profundamente ligado ao reforço do Partido na sua ligação à juventude e aos seus problemas e anseios.
Luta e confiança
Nas vésperas de mais uma comemoração do 25 de Abril, é de sublinhar que parte significativa daqueles que levaram por diante a Revolução eram muito jovens. Este facto não os impossibilitou de terem um papel decisivo em todo o processo. Pelo contrário, puseram ao serviço de Abril toda a sua determinação, a sua força e criatividade.
Perante o aumento da exploração e o roubo de direitos em curso, mais que nunca se colocam como tarefas fundamentais contribuir para o reforço da JCP; animar a luta das novas gerações, transmitindo-lhes confiança nas suas próprias capacidades e na real possibilidade de que, tal como em outros momentos da história, está nas suas próprias mãos a resolução dos seus problemas; intervir na exigente batalha ideológica, confrontando o pensamento único e desmistificando conceitos e formatação das consciências; afirmar o PCP como o partido da juventude, não de uma forma retórica mas sim pela mobilização e identificação de que as justas aspirações das novas gerações estão profundamente ligadas às nossas propostas, ao nosso projecto e ao nosso ideal; contribuir para a unidade entre gerações, não permitindo que o capital vença esta batalha, que em grande medida é ganha nas empresas e locais de trabalho na unidade entre os trabalhadores, independentemente da sua situação contratual.
Estas tarefas têm na manifestação da juventude trabalhadora do próximo sábado a sua expressão imediata, que tem de ser assumida de forma integrada no conjunto das linhas e prioridades que temos de levar por diante.
O facto de novas gerações serem as principais interessadas na ruptura e na concretização da alternativa patriótica e de esquerda obriga a que se assumam como os seus protagonistas e construtores. Ao Partido cabe a responsabilidade de animar a sua luta, contribuir para a sua organização e definição dos seus objectivos que, partindo do grau da consciência política e ideológica das novas gerações, tem em conta a capacidade, disponibilidade e criatividade da juventude e do seu envolvimento de forma solidária, activa e combativa nos mais profundos processos de luta, tal como demonstra a história do nosso Partido.